O Comité Central da Frelimo encerrou na semana passada sem uma decisão em torno do processo disciplinar instaurado contra Samora Machel Júnior acusado de violar os estatutos do partido.
O filho do primeiro presidente moçambicano é acusado de violar os estatutos do partido, depois de ter tentado concorrer nas últimas eleições autárquicas na cidade de Maputo como cabeça de lista da Associação para o Desenvolvimento Juvenil de Moçambique.
AS organizacoes sociais da Frelimo - A Organização da Mulher Moçambicana (OMM), Organização da Juventude Moçambique (OJM) e a Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLIN) - foram incisivas na denúncia do que consideram “indisciplina” e desrespeito pelos estatutos do partido, numa condenação aberta a Samora Machel Jr, filho de dois históricos da Frelimo, Samora e Josina Machel.
O processo disciplinar a Samora Machel Jr. é encarado como um teste dilemático para a liderança de Filipe Nyusi na Frelimo, uma vez que uma expulsão arrisca criar fracturas no partido, tendo em conta a história e a influência da família Machel, mas deixar o caso indefinido ameaça abrir um precedente num partido conhecido por exercer uma disciplina férrea sobre os seus quadros.
Samora Machel Júnior propôs antes da reunião do comité central da Frelimo a abertura de um processo disciplinar a Filipe Nyusi, acusando-o de violar os estatutos do partido.
Samora Machel Júnior culpa Filipe Nyusi por ter visto a sua candidatura a autarca de Maputo bloqueada pela Frelimo nas eleições autárquicas de 10 de Outubro do ano passado.
Machel Júnior tem o apoio da sua madrasta, a influente Graça Machel, também membro do comité central da Frelimo, o órgão mais importante do partido no intervalo entre os congressos, que afirmou publicamente que, como mãe, sente-se no dever de ficar ao lado do filho nas suas reivindicações políticas.
Há que diga que além de Graça Machel, o político conta ainda com o apoio público de vários membros da Frelimo.
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