O ministro sul-africano da Justiça e de Serviços Correcionais, Michael Masutha, promete decidir sobre a extradição do antigo ministro moçambicano das Finanças, Manuel Chang, até ao dia 25.
“O assunto ainda está administrativamente a ser processado pelo meu Ministério. Logo que os oficiais terminarem o seu trabalho, o assunto vai retornar à minha mesa e depois vou tomar a decisão”, disse o ministro depois de votar na quarta-feira, 8, acrescentando que a partir de agora não vai levar muito tempo.
Apesar de deixar o Ministério no dia 25, quando toma posse o novo Governo saído das eleições de ontem, Masutha lembra falta duas semanas.
“Se não finalizar o assunto antes de deixar o cargo, então vai depender de outro ministro e quem será esse ministro para fazer isso", sublinhou o responsável pela pasta da Justiça e Serviços Correcionais.
O antigo ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang, foi detido na África do Sul em final de Dezembro de 2018, a pedido da justiça americana, e aguarda a extradição para Estados Unidos ou para Moçambique, de acordo com a decisão do juiz do tribunal distrital de Kempton Park.
Entretanto, a ministra moçambicana da Juventude e Desportos e membro da Comissão Política da Frelimo, Nyeleti Mondlane, que se encontra na África do Sul em missão partidária para observação das eleições, disse que para o caso de extradição de Manuel Chang o único lobby que pode fazer junto de dirigentes sul-africanos é que se respeite a justiça.
Chang é apontado como sendo o principal responsável pelo caso das chamadas “dívidas ocultas”, que, com a ajuda de banqueiros e empresários estrangeiros, e agentes moçambicanos, lesaram o Estado moçambicano em cerca de dois mil milhões de dólares.