Recentemente estiveram a circular informações, ate em jornais estrangeiros que o actual Chefe de Estado moçambicano, na verdade, também foi ouvido na qualidade de declarante, no seu gabinete de trabalho, em Maputo, no dia 8 de Agosto de 2018 pelo Procurador-Geral Adjunto Alberto Paulo, pois na altura da contratação dos empréstimos ele era Ministro da Defesa, com papel relevante e cimeiro na criação do Sistema Integrado de Monitoria da Costa moçambicana.
Essas revelações também foram confirmadas pelo "Canal de Moçambique" que diz que quando o PR foi questionado sobre o seu papel na contratação dos 2,2 biliões de dólares que precipitaram Moçambique para uma crise económica e financeira agravada com o corte da assistência financeira internacional, Nyusi disse ao procurador Alberto Paulo que só participou em sessões do Comando Conjunto (dirigido pelo Presidente da República de então) e do Comando Operativo (dirigido por ele próprio, na qualidade de ministro da Defesa), em que se abordou o assunto do Sistema Integrado de Monitoria e Protecção Costeira.
Porém, uma carta publicada pelo "Canal de Mocambique", datada de 14 de Janeiro de 2013, da autorida de Filipe Nyusi, enquanto Ministro da Defesa, desmente as declarações do Presidente moçambicano. Na missiva dirigida ao então Ministro das Finanças (Manuel Chang) e com conhecimento do ex-Director dos Serviços de Inteligência (Gregório Leão) Nyusi solicita ao Ministro a assinar os termos do acordo com o banco londrino, para o financiamento na aquisição de equipamento para a protecção da costa e dos recursos naturais e das infraestruturas envolvidas nas actividades de exploração e prospecção petrolífera.
Esses termos do acordo eram o resultado das negociações com o Credit Suisse e o envio desses termos às entidades em causa simplesmente prova que Filipe Nyusi sabia como foi desencadeado o processo para o financiamento do projecto.
Segundo o "Canal de Moçambique", quando se lêem as respostas que Filipe Nyusi deu ao procurador e confrontando-as com o documento (a carta), chega-se a uma conclusão decepcionante: o chefe do Estado mentiu ao procurador. A questão que se coloca é: vamos fingir que não se está perante um caso grave? Vamos fingir que esse processo ainda é sério e que tudo está bem?