A Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) chamaram a imprensa, esta segunda-feira, para elogiaram o comportamento dos munícipes e os partidos políticos por aquilo que apelidaram de uma melhores campanhas eleitorais de sempre. O porta-voz da CNE disse, na conferência de imprensa, que a campanha havia sido ordeira e pacífica para o agrado dos órgãos eleitorais apesar de incidentes registados em alguns pontos do país, sendo o mais grave o da cidade de Tete onde pelo menos 13 pessoas ficaram feridas, outras 12 foram detidas e ainda houve registo de avultados danos materiais no confronto entre os membros da Frelimo e da Renamo. Outro Incidente lamentado pelos órgãos eleitorais foi a vandalização da sede do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral no Distrito do Ile, província da Zambézia, em que indivíduos até aqui a monte se apoderaram de 15 urnas de votação e 24 coletes de membros das mesas de votação.
“Não sabemos o que pretendem fazer com este material”, lamentou Felisberto Naife, Director-geral do STAE.
Até esta segunda-feira, já haviam sido acreditados no país mais de cinco mil observadores eleitorais nacionais e duzentos estrangeiros, e pouco mais de 1000 mil jornalistas entre nacionais e estrangeiros foram igualmente acreditados. Foi terminada com sucesso a formação de cerca de 38213 membros das mesas de votos para poderem trabalhar nas 5459 mesas de votos instaladas nas cinquenta e três autarquias.
Os órgãos eleitorais dizem que a legislação em vigor que permite a presença dos membros dos partidos políticos em todos momentos do processo ajuda bastante a dissipar o clima de desconfiança que reinava entre os partidos concorrentes e que estão criadas condições de segurança para os materiais de votação com a participação de todas as partes interessadas.
Foram pouco mais de seis milhões de eleitores recenseados na última campanha de recenseamentos eleitoral, contudo, apenas pouco mais de quatro milhões terão direito de votar nestas eleições autárquicas. Questionado se tal situação não iria criar confusão entre os eleitores, o director-geral do STAE esclareceu que durante o processo de recenseamento, todos os eleitores foram esclarecidos sobre quando iriam votar, pelo que já estavam informados, quer os que podem votar agora, como os que só terão direito em 2019.
O porta-voz do CNE disse ainda que nestas eleições não é permitido entrar na cabine de votação com telemóveis ou máquinas fotográficas e que não será tolerada a presença de eleitores que já tiverem exercido o seu direitos de voto nos locais de votação, tal como aconteceu nalgumas cidades nas eleições passada o que culminou com alguma confrontação com as autoridades policiais.
Falou também dos incidentes violentos de Tete, tendo afirmado que não iriam alterar o calendário das actividades eleitorais naquela província, contudo iriam implicar o reforço das medidas de segurança.